quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Desvio


Percorro um caminho
de curvas sinuosas e estreitas
cheias de buracos fundos e
vazios que pulo.

Ando tropeçando nas
pedras ocas e pontiagudas.

Caiu, me levanto,
me machuco.
Da dor que sinto
me curo.

Só não me curo
desse vício absurdo
de ti visar.

Presto atenção
aos desvios oblíquos e distorcidos
que se anunciam na emboscada.

Trilhas à beira
do precipício
por onde te persigo.

Te avisto adiante,
te aviso e corro
para me aproximar.

Continuo parada
no mesmo lugar.

Atordoada ando em círculos,
às vezes chego perto...

Congelo!
Parece que insistes
em delimitar um espaço.

Persisto no risco aflito
para te conquistar.

De repente...
Te fazes presente
atendes ao meu suplício

E no meio do desvio
teu sussurro em mim esbarra
passo a te escutar.


Madrugada ansiosa – 23/12/2008 – Tarde contente

Suélen Campos da Silva