sábado, 27 de junho de 2009

A borboleta e o cravo II


Beijou intensa e profundamente
aquele cravo enlouquecido
uma paixão absurda lhe assaltou o coração,
cortou a pele, sangrou

Teve medo, lutou e
por um pequeno instante
se entregou

O cravo
agressivamente, numa sedução sufocante
lhe fazia flutuar, mas lhe impedia
de voar

A borboleta era
absorvida, bebida aos poucos
pelo cravo em sua fúria
e luxúria transbordante

Num descuido do cravo
arquitetou sua fuga,
solta das amarras
a borboleta ganhou o céu

Livre, pode contemplar novamente
o jardim onde há outras flores para pousar...

Gritou bem alto, que não quer se amarrar
a borboleta quer amar!

Suélen Campos da Silva - 27/06/09