segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dores


Tenho dores pelas dores que causei, sinto-me dilacerar pela culpa das minhas paixões desmedidas. Minha paixão pela vida, pelos sorrisos, olhares e bocas que me desejam, por mim, por meus sonhos e ideais.
Por tudo que sou, pelo amor e pelo ódio que desperto...
Sinto muito não ser diferente, mas é assim que sou: intensa, inconstante, livre, mutante, devassa, inteira, dividida, doida e suave.
Quando me dou, vou fundo, me consumo nas cinzas dos romances perversos, obscenos e incertos que atropelam-me pela vida.
Luxúrias e contos de fadas que queimam e ferem, assim como me fazem transmutar e renascer. Desejo que se esvai por entre os dedos como gotas d'água que brotam do meu olhar atrevido e bandido. Que noutra hora molharam teus lábios faceiros, hoje são águas de mar revolto que afogam sorrateiras o teu grito.
E sou a vítima e a autora dessas dores que deformam meu ser,apenas por querer demais.


Suélen Campos da Silva