sábado, 21 de novembro de 2009

Sweet love


As palavras se escondem em mim e dissolvessem em sentimento quente que derrama-se em mim.
Pulam de meus olhos delatores, que muito ingênuos, sempre me entregam...
Denunciam-me, me revelam para você Sweet love!

Suélen Campos da Silva - passionalmente na chuva de 21 de novembro de 2009.

domingo, 8 de novembro de 2009

A borboleta e a violeta



Com esperança a borboleta seguiu o lírio, o ouviu e acreditou nele, em suas persuasivas e sábias palavras, caminharam ...
O lírio tinha muito a ensinar a borboleta curiosa e inexperiente que por ele se encantou. Passavam as tardes admirando o jardim. O lírio lhe ensinava sobre flores, terra e céu e a borboleta sonhava estar cada vez mais junto dele. Mas, o lírio temeu a sede crescente da borboleta que queria mais e mais, então pediu mais cautela, só que a borboleta não o ouviu.
Num belo dia a borboleta passeava pelo jardim a procura do lírio, ao encontrá-lo seu coração se partiu, o lírio já tinha sua casa cheia de outras flores que desejava e sabia controlar. Percebeu que não havia lugar para uma borboleta naquele meio, pois não era querida como imaginava.
Entristeceu-se, lágrimas doloridas lhe turvaram a visão, voou e logo caiu ao chão. Pensou que era melhor ficar ali mesmo... De repente alguém lhe estendeu a mão e a ajudou. Era uma singela e tímida violeta que desinteressadamente lhe apoio. Agradeceu e voltou a voar. Comtemplou mais uma vez o jardim, ele não tinha mais a beleza de sempre ou era o olhar da borboleta que havia enfeiado?
Resolve pousar em uma flor qualquer para morrer ali mesmo, afinal uma borboleta dura pouco seus dias, por certo, haviam se encurtado devido a tristeza que sentia. Aconchegou-se naquelas pétalas e se encolheu. Dormiu profundamente, sem querer voltar... Acordou e percebeu que estava sobre a violeta. Mais uma vez ela lhe ofereceu seus ombros e dividiram seus pesos. Começaram uma bonita amizade.
A borboleta e a violeta tinham sonhos parecidos, riam das mesma coisas, tinham suas dores e seus amores quebrados e até mesmo os que haviam tentado consertar...
A borboleta sentiu que podia confiar na violeta, mesmo que ainda estivesse com medo de sentir dor novamente.
A borboleta não quis impedir que seus sentimentos brotassem e renascessem com mais intensidade, permitiu que a vida lhe conduzisse.


Num momento de beleza e magia seu lábios com doçura e desejo se acariciaram à luz da lua. Deram as mãos e resolveram ensaiar alguns passos, noite afora, lado a lado...
Suélen Campos da Silva - Noite risonha de novembro - 04/11/09

Chuva



Caí um pingo de chuva,
escorrega e brinca na minha pele reagente.
Gotas frias me cobrem e exploram meu corpo arredio.
Deixo-me lavar, e vai escoando de mim os pesos que venho largando pelo caminho...
Sorrio e agradeço, me delicio em viver.
Essa chuvinha dengosa me molha atrevidamente, e me desperta.
Caminho em meio a tempestade e deslumbro um arco-íris de possibilidades de ser...

Suélen Campos da Silva - Tempestades de novembro - 04/11/09
*Foto que tirei num dia chuva,em preto e branco, do Templo das Águas na colônia.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sorri



Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Charles Chaplin

EU ESCREVI UM POEMA TRISTE


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mário Quintana

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Cecília Meireles

sábado, 17 de outubro de 2009

Ferida


Artista é também aquele que transforma suas dores em versos. E desses versos escreve linhas, que recorta do papel e usa para costura as feridas abertas pelo olhar dissimulado, pela mão que afaga. Mas, com um sopro derruba.
Resta ao artista cicatrizar as feridas,embebê-las em lágrimas, anestesiá-las com carinho...
Exorcizar sentimentos, abandonar desejos vãos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Borboleta e o cravo - Parte Final


Deu o último beijo, mas se estranharam
os lábios de tanto desejo gasto,
aquelas pétalas que tanto lhe inspiraram,
aquele gosto de aventura que lhe entorpeceu
de repente se perdeu.

Sua pele não se encontrou com a do cravo, houve o atrito.

Aquele beijo que noutra hora havia sido tão saboroso
tinha gosto de sangue, eram espinhos que lhe feriram.

A borboleta havia aprendido muito com o cravo,
mas era chegada a hora de seguir adiante.

Como outras vezes havia tentado andar, mas agora era diferente
O laço que unia seus corpos tinha sido rasgado
O cravo tentava desesperadamente atar-se à borboleta
Porém era tarde, a borboleta já havia se soltado.

Partiu.

Uma página dessa história era encerrada.

Voou, contemplou novamente o jardim
fez círculos no ar e traçou linhas de fuga nas nuvens
Resolveu pousar e parar pra pensar...

Percebeu que refletir, aprender com suas experiências era doído e prazeroso ao mesmo tempo
Pensou nas muitas vezes que chorou e sorriu,
argumentou consigo mesma que viver
é uma soma desses pequenos momentos que são pedaços nossos...

Estava ali, quieta
assistindo ao pôr-do-sol,
ainda procurando respostas para suas dúvidas

Pensou em voz alta,
se questionando sobre seu vôo, achava-se desajeitada ao voar:
- Será que é equilíbrio que me falta?

Um lírio que passava sempre por ali resolveu responder:
- O equilíbrio é uma ilusão.

Olhou para o lírio e seu rosto se iluminou, apesar de já chegar a noite, para a borboleta era como se fosse chegada a aurora.

A borboleta e o lírio sorriram juntos.
Estava escrita uma nova página nessa história.

Suélen Campos da Silva 28/09/09

sábado, 12 de setembro de 2009

Corpos moldados




Vibra, adere
cola e descola

Morde e arranha,
fome avassaladora

Entorta, ajeita
derrama, inflama
queima, esfria
derrete e gela

Mexe, pára
afasta e aproxima

Deliciosa e amarga,
delira...

Acorda, dorme
dispensa e aceita

Se entrega, rejeita

Que pavor, dispara
retorna, gira em volta, vira de cabeça para baixo
se recompõe e recomeça...

Devassos se enfrentam e se amam.

Scs 11/09/09

Confesso




Não vou mais lutar

cansei de tentar parar de te amar

Quando o amor acontece
não dá para evitar

Correr e fugir não vai adiantar

se é que com você que quero estar

Por mais que eu não queira me machucar

Meus olhos estão a brilhar

A luz do luar que me faz sonhar


essa paixão vai me arrebatar

porque nos teus braços vou ficar.

Suélen Campos da Silva

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Conhecer




Sou mais do que dizem
e menos do que pensam

Não persigo, persisto, arrisco, alcanço

Não desisto dos meus desejos, sonhos
enfrento meus medos

Me dou, me entrego, me mostro, me fecho
subo, desço, mudo, recomeço

Sigo adiante e espero ansiosa pela próxima toca,
sempre há maravilhas a desvelar.

Suélen Campos da Silva - madrugada furtiva - 02.09.09

Não nego




Não vou negar que eu te quis
Não vou negar que tentei,
eu tentei, eu quis te amar

até que o amor por mim
falou mais forte
até que a ilusão
denunciou que amor não é posse

A paixão é mesmo uma chama,
e ardeu, queimou.
Ainda estou cuidando das feridas
Trocando de pele,
deixando sangrar

Estou renascendo e já virei a página,
o passado não lamento,
folhas secas que juntei no caminho
joguei na fogueira e as cinzas deixei o vento levar.


Suélen Campos da Silva - decidida na madrugada nublada. 02.09.09

Cigarro e flores


Cigarros e flores

Hoje fumei cinco cigarros

O primeiro para sentir o gosto mentolado

O segundo para ficar tonta

O terceiro para esquecer

O quarto porque estava doendo

O quinto para acalmar

Tomei vinho azedo vinagre

Que patético!

Momento destrutivo

Podei a árvore,

logo chega a primavera

as flores irão brotar...

SCS

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Deixei atrás os erros do que fui



Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exato nem feliz.

Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.

Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.

Fernando pessoa

Soneto 35 ~




Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

William Shakespeare

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Soneto de separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
de repente, não mais que de repente

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gangorra


Uma Gangorra... Um objeto que me exemplifica,
em partes, nunca ao todo, porque sou partes de muitas coisas.
Coisas que conheço, outras desconheço e
ainda há aquelas coisas que prefiro não ver...
Um dia desses esbarrei na mulher da minha vida.
Que surpresa ao reconhecê-la: era a minha própria face refletida numa poça d'água,
só que ao contrário.

Suélen Campos da Silva

terça-feira, 4 de agosto de 2009

SEXO/CAMA




Fui ordinária
requintada
timida
Misturei poesia com vários palavrões
Gritei
Uivei
Gemi
Raguei almofadas e lençóis
Fui carnaval de amor
no circo de uma cama

Manuela Amaral

terça-feira, 14 de julho de 2009





Adrenalina

Ninguém entende
tudo, tudo que me fazes sentir

E tenho sede... Sede indecente desse
entorpecente que me atormenta e acalanta

É loucura, e minha razão se dilacerou,
brinca de travessura,
se travesti de bom senso para se
desnudar na corte inimiga... bobo da
corte meu ser insano
continua a querer-te: tempestade feroz que banha e colori minha pele ofegante

Nessa paixão inconseqüente
Vejo luzes de lucidez no perigo de
um desejo crescente
que nos revela a beleza de amar intempestivamente e docemente.

Suélen campos da Silva - 13\07\2009

sábado, 27 de junho de 2009

A borboleta e o cravo II


Beijou intensa e profundamente
aquele cravo enlouquecido
uma paixão absurda lhe assaltou o coração,
cortou a pele, sangrou

Teve medo, lutou e
por um pequeno instante
se entregou

O cravo
agressivamente, numa sedução sufocante
lhe fazia flutuar, mas lhe impedia
de voar

A borboleta era
absorvida, bebida aos poucos
pelo cravo em sua fúria
e luxúria transbordante

Num descuido do cravo
arquitetou sua fuga,
solta das amarras
a borboleta ganhou o céu

Livre, pode contemplar novamente
o jardim onde há outras flores para pousar...

Gritou bem alto, que não quer se amarrar
a borboleta quer amar!

Suélen Campos da Silva - 27/06/09

sábado, 20 de junho de 2009

Fuga


Eu não sou tua
não sou minha
não sou de ninguém

Eu sou do mundo
eu quero a folia

Viver outros amores
em novos carnavais

Mas tu me cercas
não me abandona
mas, não serás minha dona

Preciso ir, entenda
que é amar é paz!

Não te quero em guerra.

Suélen Campos da Silva - 20/06/2009

sábado, 13 de junho de 2009


Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca

Amor que morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


Florbela Espanca

domingo, 7 de junho de 2009

Me deixa


Último suspiro, gemido...palavra, não, eu não sei esperar!
Deixo pra lá...

A minha busca só está por começar...

Sou leve demais, corro com o vento
para admirar o luar

Me desnudo com o sol

E não podes me acompanhar
porque me desvio em loucos devires

Ardo nas brasas apaixonantes do meu coração inconstante e travesso

Onde te perdes de tanto pavor
Então... me deixa!

Suélen Campos da Silva - 07/06/09

sábado, 6 de junho de 2009

Última vez


Tento enlouquecidamente
desistir de ti, mas não consigo

Pela última vez
ti persigo e
desesperadamente
me desarmo e me entrego

Na ânsia de me estenderes os braços
e acalentares minha alma

Degustando com teus lábios
os pedaços fugitivos
do meu corpo aflito

Apaziguando atrevidamente
meu ser em conflito.

06/06/09
Suélen Campos da Silva

Gota


Ah! Se tu soubesses
que nos beijos que ti dei
um pouco de mim entreguei

Não apenas meus
lábios encontraram os teus, mais...

Uma gota de sentimento
na saliva
na tua boca derramei

Desejei que ela percorresse
tua garganta te acariciando e devorando devagarzinho

Em uma hipótese absurda
quis te inundar de paixão
despertando teu coração vagabundo.

31/05/09 Suélen Campos da Silva

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mulher (em definição)


Mulher-Poesia
que deixa no meu corpo bocados de poema
Mulher-Criança
que desce à minha infancia
e me traz adulta
Mulher-Inteira
repartida no meu ser
Mulher-Absoluta
fonte da minha origem

Manuela Amaral

terça-feira, 26 de maio de 2009

Insaciedade



A minha fome é de dentro
e a minha sede é palavra
Manuela Amaral

sábado, 23 de maio de 2009

DO RITMO AO SEXO



Nasci das raízes do teu corpo
do ritmo acelerado do teu sexo
Nasci dos teus gestos de mulher
e desenhei-me em noite.

Manuela Amaral

DESAFIO À MEDIOCRIDADE



Chamem-me
devassa
louca
ou depravada

A vida
não é nada

É preciso
ser tudo
num instante

Manuela Amaral
Poetisa portuguesa

sábado, 9 de maio de 2009

Cessa de Correr!



Se não cessas de correr, marulhando no ar tépido com as tuas mãos como natatórios, olhando furtivamente tudo diante de que passas no meio-sono apressado, acontecer-te-á também um dia deixar passar diante de ti o carro. Se te mantiveres firme, pelo contrário, com o poder do teu olhar fazendo crescer as raízes em profundidade e em comprimento - nada então te poderá eliminar - em virtude não das raízes mas da força do teu olhar que escruta - será então que verás o longínquo imutavelmente obscuro de onde nada pode surgir a não ser precisamente uma vez este carro que rola para ti, que se aproxima, cada vez maior e que, no próprio instante em que entras em tua casa, enche o mundo enquanto mergulhas nele como uma criança no banco acolchoado de uma diligência que corre através da tempestade e da noite.

Franz Kafka, in "Meditações"
Imagem - Salvador Dalí

Do Inquieto Oceano da Multidão



Do inquieto oceano da multidão
veio a mim uma gota gentilmente
suspirando:

— Eu te amo, há longo tempo
fiz uma extensa caminhada apenas
para te olhar, tocar-te,
pois não podia morrer
sem te olhar uma vez antes,
com o meu temor de perder-te depois.

— Agora nos encontramos e olhamos,
estamos salvos,
retorna em paz ao oceano, meu amor,
também sou parte do oceano, meu amor,
não estamos assim tão separados,
olha a imensa curvatura,
a coesão de tudo tão perfeito!
Quanto a mim e a ti,
separa-nos o mar irresistível
levando-nos algum tempo afastados,
embora não possa afastar-nos sempre:
não fiques impaciente — um breve espaço
e fica certa de que eu saúdo o ar,
a terra e o oceano,
todos os dias ao pôr-do-sol
por tua amada causa, meu amor.

Ó HÍMEN! Ó HIMENEU!

O hímen! O himeneu!
Por que, me atormentas assim?
Por que, me provocas só
durante um breve momento?
Por que é que não continuas?
Por que, perdes logo a força?
Será porque, se durasses
além do breve momento,
logo me matarias
com certeza?

Walt Whitman, in "Leaves of Grass"

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DESENCONTRÁRIOS



Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.

Paulo Leminski

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gambiara II



Sigo, caminhando vou indo. Eu e a gambiarra.
De repente a escuridão se ilumina. A luz impera quase me cega...
Então vejo, contemplo o estranho território e percebo que não estou só nele há vida, presenças, coisas que não sei como definir e talvez, não deva. Me relaciono com elas, converso com elas, escuto e experimento.
No território me deparo com a imagem de um Furacão – é o caos que se corporifica, são linhas (de fuga?) em espiral. Seguem movimentos circulares intensos e violentos de fluxos e intensidades que atravessam o território que entram e saem dele.
Assustada, temo!
Estarrecida e fascinada percebo que ao dar o próximo passo vou ser absorvida pelo Furação (caos), ser parte dele e permitir que ele me leve pelo território. E assim escutar, conversar com as intensidades, fluxos e reagir a eles.
Respiro fundo, tomo coragem e dou o próximo passo.
Meu corpo adere, se liga, ao caos sou parte do Furacão, suas linhas deslizam sobre o meu corpo, o enlaçam, mas não o prendem. Sinto-me solta e descubro que me movimento dentro de limites, palavras de ordem, sociedade de controle e consumo que me constrói e instruí como andar e como ser. Limitada dentro de muros visíveis e invisíveis que quero ultrapassar. Essas linhas de fuga, do caos, me instigam a romper com essas amarras, a pular esses muros, a transitar pelas fronteiras dos territórios.
Sou chamada a dançar, a me mexer, a me balançar no girar contínuo e intenso das linhas em espiral.
Digo, sim!
Danço com o caos em meio ao território.
Ouço uma canção... Escuto.
02/06/2008

segunda-feira, 6 de abril de 2009





A saudade é um pilar torto sustentando uma ponte interrompida onde o desejo se apressa em perseguir o coração.

Suélen Campos da Silva

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Miedo


O grito - Edvard Munch


COMPOSITORES: LENINE E JULIETA VENEGAS

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da

quarta-feira, 25 de março de 2009

Paciência - Lenine



Composição: Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

terça-feira, 24 de março de 2009

right to be wrong (tradução) Joss Stone




Direito de errar
Composição: Indisponível

Eu tenho o direito de errar
Meus erros me farão forte
Estou entrando no grande desconhecido
Sinto que tenho asas embora eu nunca tenha voado
Eu tenho minha opinião
Eu sou de carne e osso até a alma
Eu não sou feita de pedra
Tenho direito de errar
Sendo assim, me deixe em paz

Eu tenho direito de errar
Já me seguraram por muito tempo
Eu tenho que me libertar para finalmente respirar
Tenho direito de errar
Cantar minhas próprias canções
E posso ficar desafinada
Mas com certeza me sinto bem assim
Tenho direito de errar
Apenas me deixe em paz

Você tem direito a sua opinião
Mas é realmente minha decisão
Eu não posso retornar, estou numa missão
Se você se importa, não ofusque minha visão
Me deixe ser tudo o que posso ser
Não me desmotive com negatividade
Qualquer coisa lá fora que está esperando por mim
E eu estou indo disposta a enfrentar

Eu tenho o direito de errar
Meus erros me farão forte
Estou entrando no grande desconhecido
Sinto que tenho asas embora eu nunca tenha voado
Eu tenho minha própria opinião
Eu sou de carne e osso até a alma
Eu não sou feita de pedra
Sendo assim, me deixe em paz

Eu tenho direito de errar
Já me seguraram por muito tempo
Eu tenho que me libertar para finalmente respirar
Tenho direito de errar
Cantar minhas próprias canções
E posso ficar desafinada
Mas com certeza me sinto bem assim
Tenho direito de errar
Apenas me deixe em paz

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Borboleta e o Cravo


Tinha que aprender a voar.
Porém, não sabia como iria realizar tal feito.
A flor de lótus parecia estar se distanciando mais e mais.
O medo e a ansiedade frustravam suas tentativas de voar. Remexia-se, balançava, até mesmo tremia e agitava as belas asas, mas voar que é bom nada!
Faltava algo, percebia que aonde estava jamais conseguiria voar.
Continuou se arrastando e avançou alguns metros adentrando no Jardim da invenção revelada.
Deslumbrou-se havia tantas flores tão ou mais lindas e sedutoras quanto àquela flor de lótus.
Animou-se queria conhecer, sentir a textura, o perfume de cada uma daquelas outras flores, queria beijá-las curiosa e habilmente. Queria rascunhar um atalho para o coração de cada uma...
Para isso necessitava, urgentemente, saber voar!
Entristeceu-se, mas com coragem resolveu pedir ajuda e perguntou as flores se alguma delas poderia lhe contar o segredo de voar.
Dirigiu-se, em especial, a flor de lótus, que ao longe pareceu não a ouvir, gritou e procurou chamar sua atenção, mas ela a ignorou.
Outras flores ao seu redor, ensaiaram algumas respostas.
Diziam:
- Você tem que se balançar!
Outra sugeriu: - Role de um lado para outro!
Uma arriscou: - Ande em ziguezague...
E por fim: - Gire sem parar até começar a voar.
A borboleta tentou tudo e se cansou, se machucou, ficou atordoada.
Sem esperanças aquietou-se.
É quando um Cravo excêntrico e muito alegre resolveu lhe ajudar:
- Pequenina Borboleta eu sei qual o segredo para voar.
- Qual é me conte por favor? Implorou, cheia
de entusiasmo.
O Cravo prontamente respondeu: - Atravesse o Jardim e encontrarás ao fim dele um abismo. Aproxime-se, sinta o vento brincar com suas asas, tome coragem recue um pouco, corra e...Pule!
Muda a borboleta sentiu-se desfalecer, amparada pelas outras flores, voltou a si. Elas lhe advertiram que o Cravo era louco, para não crer em suas palavras, ela ficou confusa, sem saber o que faria.
Procurou pela flor de lótus, mas seus olhos não a alcançavam mais...
Pensou e refletiu, resolveu atravessar o Jardim, o Cravo a seguiu.
Ao fim do Jardim havia mesmo um abismo, concluíu que o Cravo não era tão louco assim, mas tinha certeza de que se desse errado a morte seria certa.
Ponderou e decidiu que era melhor morrer tentando do que nunca tentar, morreria de qualquer forma entediada e triste se ficasse inerte, sem saber voar e presa no Jardim sem poder tocar suas flores.
O Cravo lhe encorajava e revelava: - Não tema, às vezes é necessário sentir-se morrer para começar a viver, arrisque!
Chegou à beira do abismo, espiou, temeu, paralisou, mas o desejo em voar era mais forte, recuou e bravamente, intensamente correu e pulou...
Seu corpo caiu no abismo, abriu os olhos e começou a mergulhar na escuridão, sentiu uma brisa envolver-lhe, se entregou àquelas sensações de medo e prazer, e por instinto suas asas começaram a bater. Aos poucos abandonou a escuridão para encontrar com os raios de sol, tudo era azul ao seu redor, havia algumas manchas grandes e brancas mas podia atravessá-las, sentiu-se tão leve e explodiu de felicidade. Olhou para baixo o jardim estava distante, muito abaixo dela... Emocionou-se, estava voando!
Dirigiu-se, cheia de orgulho, ao Jardim onde o Cravo a esperava, pousou de mansinho e com ternura para beijá-lo com delírio.

Suélen Campos da Silva.

quarta-feira, 18 de março de 2009


Agora quem está em Silêncio sou eu.

Jardim da invenção revelada


Há na estrada uma flor, seus espinhos afastam aqueles que se aproximam. Ao recuar é descoberto que num belo jardim secreto outras flores esperam a primavera para florescer.
Enfeitar os cabelos de ninfas sonhadoras, sem medo de adoçar suas vidas com alegres encontros, embarcando na travessura de paixões inebriantes.
Bem vindos ao jardim da invenção revelada!
Invente sua fantasia, brinque, crie, arrisque, experimente...
Porque viver é surpreender-se.
Suélen Campos da Silva

terça-feira, 17 de março de 2009

Uma fórmula para o amor...


Amar = compartilhar + companheirismo + respeito - tolerância. Agenciamento de desejos*troca.
Anular-se jamais!


Suélen Campos da Silva.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A borboleta e a flor de lótus



No casulo dormia docemente...
Alguns raios de sol a despertaram.
Acordou e admirou o horizonte se revelando ao seu olhar curioso e afoito.

Escutou o vento a cantar e um exótico perfume lhe despertou os sentidos.
Arrepiou a pele fina e ardente, sentiu-se aquecida, seu corpo todo vibrou.

Sentiu o sangue pulsar, o pequenino coração estava vivo.
Então se mexeu, contorceu e finalmente rompeu o casulo, caiu no solo úmido e complacente acolhendo seu ser indefeso e assustado.

Deparou-se com uma estonteante flor de lótus exalando aquele perfume encorajador que a seduziu...
Desejante e apaixonada almejou estar com ela, para com um beijo amar - de um jeito simples e forte - suas pétalas instigantes.

Estremeceu e quase enlouqueceu pois, não conseguiu alcançá-la, rastejou-se com esforço, mas não chegou ao menos aos seus pés.

Desesperou-se e chorou compulsivamente, sofridamente.
Seu pranto formou uma poça d'água.
Aproximou-se e se reconheceu, admirou, surpresa: descobriu que tem asas.

Borboleta, livre?
Tem que aprender a voar...

Suélen Campos da Silva-Sustrela

quarta-feira, 11 de março de 2009

Preciso me encontrar - Interpretado por Marisa Monte



Composição: Antônio Candeia Filho, 17/8/35 - 16/11/78 - samba, choro. Cartola(gravação de 1976)

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...(2x)

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois, depois
Que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois, depois
Depois que eu me encontrar...

segunda-feira, 9 de março de 2009


POEMINHO DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana

tela: Henrique Matos - Pássaro da liberdade

quinta-feira, 5 de março de 2009

PROCURA-SE



Procura-se apartamento, casa ou kitinite, 1 dormitório, algo simples. Na área central, Centro, Porto, início do Areal. Para alugar até R$ 250,00.
Para mim, pessoa só, sem filhos, limpinha(uhsuhaushaus hehehehe)e trabalhadora.
Se souberem de algo, me avisem: 33031976 - 32814116.

Suélen - Sustrela.

quarta-feira, 4 de março de 2009

DOIS


Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“ Paralelos que se encontram no infinito...”.
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

Dois - Errante

Pablo Neruda

terça-feira, 3 de março de 2009

Divulgando, vamos ajudar!


Descobri por acaso um blog de pessoas que cuidam de animais abandonados e os encaminham para adoção. Sensibilizada pela ação, estou divulgando o endereço do blog.

http://sosripa.blogspot.com/

Sosripa: Blog criado com a finalidade de divulgar fotos de animais que estão à espera de adoção, de conseguir ajuda para o canil onde vivem mais de 70 animais que sobrevivem graças aos cuidados da Neusa e da Fabiana,com a ajuda da comunidade.Também tem a finalidade de mostrar casos de animais que foram adotados e vivem felizes. Trazendo felicidade para as pessoas que fizeram diferente, adotando em vez de comprar um animal.A SOSRIPA fica na cidade de Pelotas RS, rua Domingues Guedes Cabral nº470, fragata.

Confiram o blog e ajudem, nossos melhores amigos merecem!

bjus, Su!

Dor


Eu ia dizer que vou esquecer,
Mas ao invés disso
Eu vou guardar
Esse querer
Que eu não sei explicar,
Que eu não sei resolver...

Isso, essa coisa insana,
Loucura sem sentido
Que eu não sei nomear.

Eu vou chorar, gritar, sentir essa dor,
Esse engano, essa confusão!

Vou deixar o silêncio falar...

Eu vou esperar
Para de novo
Ver o sol nascer.

Noite silenciosa e um querer adormecido, novembro de 2008.

Suélen Campos da Silva-SCS

Tela - "Raices" de Frida Kahlo, brilhante artista, mulher admirável e guerreira.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Encontro



Nessa vida de ilusão, saudade e solidão

Num momento errado ou certo?
Confuso, num espaço vázio, irreal, surreal?
de matéria, astros e espíritos

Você me encontrou
submersa no meu ser em conflito
Frente a desafios, escolhas, formas de ser ou não ser

Venho a conhecer você
meu amigo, confidente, querido, conselheiro, superego, bruxo

E ainda assim apenas você
simples, sincero, autêntico

Eu, solitária, carente, franca, frágil, ansiosa
Por liberdade, direitos... de agir
em busca do que me faz feliz

Feliz=FELICIDADE
Palavra complicada, sentimento, busca, cruzada infinita frustrante, dolorida, perigosa

Mais uma das paradas almejadas nessa viagem insólita que é viver

Da qual não se pode fugir
Trilhar que não se pode completar só

Mãos se procuram, mas não se tocam
Espaço-tempo as separam... sentimentos,
desejos, confissões e segredos
viajam em fração de segundos

Te encontro sem te encontrar
estamos juntos, ligados, conectados, compartilhados...
se perdendo e se achando nos mesmos anseios

Linhas imaginárias
nos unem, entrelaçam, amarram

Na teia da vida somos apenas mais um laço
Da rede em movimento, espera e procura.

Suélen Campos da Silva - Na tarde quente de 19 de Abril de 2007.