sábado, 14 de maio de 2011

Desolação


Pareceu-me a primeira vista um soco no estômago, depois achei que fosse um tapa no rosto, mas então tentei convencer-me de que havia sido apenas um tombo.
Quando limpei a poeira dos olhos pude enxergar o que não queria ver...
No meu peito tem um buraco, uma cova onde jaz morto, aos pedaços meu coração dilacerado pela inveja, malícia, incompreensão e preconceito de um inimigo ao qual tentei me aliar.
o silêncio cala a minha perda, não há gemidos ou sussurros ou palavras que possam significar o que me angustia.
Pago o preço por amar sem medir cor, raça ou sexo.
Querem sufocar minha paixão, o que me faz mover-me na vida, porque não respeito as "leis dos gêneros", da normalidade,dos antagonismos, a moral, os opostos que devem se atrair, jamais os iguais.
Dizem até que Deus não me ama, não me compreende!
Será?
Será que não são os homens que não compreendem o amor que Deus tem pela humanidade e tentou nos ensinar? Não se ensina, se aprende.
Amar exige perder para ganhar, é luta, é doação, é liberdade...
Quem ama liberta, e Deus nos deu o livre-arbítrio pra poder amar sem limites, sem entraves, sem normas, sem freios, sem medo.
Se isso não é amor, não sei o que é...
Subversiva, perigosa devo ser por amar com ousadia e com coragem.
Podem até querer me tolir, mas meus sonhos e desejos ninguém vai abafar.
Minha vida há de ser o espelho de minhas escolhas, de meus amores clandestinos, proibidos, saborosos, devassos, ternos, delicados e vívidos.

Suélen Campos da Silva - madrugada dolorida de 14 de maio de 2011.