quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Encontro
Nessa vida de ilusão, saudade e solidão
Num momento errado ou certo?
Confuso, num espaço vázio, irreal, surreal?
de matéria, astros e espíritos
Você me encontrou
submersa no meu ser em conflito
Frente a desafios, escolhas, formas de ser ou não ser
Venho a conhecer você
meu amigo, confidente, querido, conselheiro, superego, bruxo
E ainda assim apenas você
simples, sincero, autêntico
Eu, solitária, carente, franca, frágil, ansiosa
Por liberdade, direitos... de agir
em busca do que me faz feliz
Feliz=FELICIDADE
Palavra complicada, sentimento, busca, cruzada infinita frustrante, dolorida, perigosa
Mais uma das paradas almejadas nessa viagem insólita que é viver
Da qual não se pode fugir
Trilhar que não se pode completar só
Mãos se procuram, mas não se tocam
Espaço-tempo as separam... sentimentos,
desejos, confissões e segredos
viajam em fração de segundos
Te encontro sem te encontrar
estamos juntos, ligados, conectados, compartilhados...
se perdendo e se achando nos mesmos anseios
Linhas imaginárias
nos unem, entrelaçam, amarram
Na teia da vida somos apenas mais um laço
Da rede em movimento, espera e procura.
Suélen Campos da Silva - Na tarde quente de 19 de Abril de 2007.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Soneto
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Pablo Neruda
Paínel "Malandro Amor" de Iva Tai, artista visual e poetisa, Manaus.
Disponível em:http://www.overmundo.com.br/banco/malandro-amor
A literatura e a vida
" A língua tem de alcançar desvios femininos, animais, moleculares, e todo desvio é um devir mortal. Não há linha reta, nem nas coisas nem na linguagem. A sintaxe é o conjunto dos desvios necessários criados a cada vez para revelar a vida nas coisas.
Escrever não é contar as prórpias lembranças, suas viagens, seus amores e lutos, sonhos e fantasmas".
"Mas a literatura segue a via inversa, e só se instala descobrindo sob as aparentes pessoas a potência de um impessoal, que de modo algum é uma generalidade, mas uma singularidade no mais alto grau: um homem, uma mulher, um animal, um ventre, uma criança...
(...) a literatura só começa quando nasce em nós uma terceira pessoa que nos destitui o poder de dizer EU (o neutro de Blanchot)".
" A literatura é o agenciamento coletivo da enunciação".
"A literatura é delírio e, a esse título, seu destino se decide entre dois pólos do delírio. O delírio é um doença, a doença por excelência a cada vez que erige uma raça pretensamente pura e dominante. Mas ele é a medida da saúde quando invoca essa raça bastarda e oprimida que não pára de agitar-se sob as dominações, de resistir a tudo o que esmaga e aprisiona e de, como processo, abrir um sulco para si na literatura.
"Cada escritor é obrigado a fabricar para si sua língua... Dir-se-ia que a língua é tomada por um delírio que a faz precisamente sair de seus próprios sulcos".
"O escritor como vidente e ouvidor, finalidade da literatura: é a passagem da vida na linguagem que constitui as Idéias".
Fragmentos do livro "Crítica e clínica" de Gilles Deleuze.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Delírio
Quero tocar teus lábios num beijo suave e doce.
Ir profundo e ferinamente...
Desvelar teus misteriosos prazeres.
Deslizar nossos corpos,
conhecer os atritos e os encaixes.
Misturar peles, dar vazão aos sentidos.
Me sentir em ti, te sentir em mim.
Desnuda das amarras,
despida de medos quero delirar com o teu delírio.
Propagar a chama que
incendeia nosso desejo e nos faz alucinar...
Madrugada ofegante de primavera 05/11/2008
Suélen campos da Silva/SCS
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Pele
Tua pele na minha
Me alucina, arrepia
Suave toque
Que desperta vulcões profundos
Agita mares impetuosos
De desejos insanos e profanos
Doce delírio
Prazer atrevido
Que invade meu corpo
Transmuta-se em minha pele
Parasita que em mim habita
À espera, à espreita
Do antídoto, remédio
Que só o contato com tua pele possui.
Inverno de 2008 – Suélen Campos da Silva - SCS
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Devasidão
Os dias estão passando,
as noites voam,
as horas pulam
e começa tudo
outra vez
Enquanto a vida
continua, o coração
parece que parou
A fonte de todo o amor secou...
Talvez por cansar
da espera do que
nunca chega
Palavras são poucas
suspiros são muitos
Caminhos
é só sonhar
desejo é sufocar
saudade é ilusão
loucura é certeza
amor é vázio
tristeza é alegria
amanhã é crescer
hoje é saber
ontem foi sentir
Perdi-me dentro de mim mesma
Já nem sei mais quem sou
A solidão é rotina
A luz se apagou
Não vejo mais o brilho...
o escuro que abriga
minha alma me esconde
de você e você de mim
Esperança é me encontrar
e assim te ter
Novembro de 2001 - Suélen Campos da Silva
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Uma louca tempestade
Na voz incomparável de Ana Carolina
Composição: Totonho Villeroy e Bebeto Alves
Eu quero uma lua plena
Eu quero sentir a noite
Eu quero olhar as luzes
Que teus olhos
Não me têm deixado ver
Agora eu vou viver...
Eu quero sair de manhã
Eu quero seguir a estrela
Eu quero sentir o vento pela pele
Um pensamento me fará
Uma louca tempestade...
Eu quero ser uma tarde gris
Quero que a chuva corra sobre o rio
O rio que por ruas corre em mim
As águas que me querem levar tão longe
Tão longe que me façam esquecer
De ti...
Eu quero partir de manhã
Eu quero seguir a estrela
Eu quero sentir o vento pela pele
Um pensamento me fará
Uma louca tempestade...
Eu quero uma lua plena
Eu quero sentir a noite
Eu quero olhar as luzes
Que teus olhos
Não me têm deixado ver
Agora eu vou viver...
Eu quero ser uma tarde gris
Quero que a chuva corra sobre o rio
O rio que por ruas corre em mim
As águas que me querem levar tão longe
Eu quero ser uma tarde gris
Quero que a chuva corra sobre o rio
O rio que por ruas corre em mim
As águas que me querem levar tão longe
Tão longe que me façam esquecer
De ti...
Tão longe que me façam esquecer
De ti...
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